quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O primeiro passo para uma Maratona

Desde criança eu e meus irmãos éramos loucos, viciados, alucinados, fascinados por futebol, mesmo nenhum de nós sendo um craque.
Nós sugamos o futebol, vivemos futebol. E eu como irmão mais novo com dois irmãos são paulinos e um pai cruzeirense estava no meio de uma “guerra” por mais um recrutado.
Assim como grande parte das crianças, eu passava mais tempo com meus irmãos do que com meu pai. Por isso estava sujeito a influência deles, mas também era atentado pelo meu pai a ser cruzeirense. Ele, mesmo sem ser um grande torcedor (nunca esteve nem aí pro Cruzeiro) já tinha perdido dois cruzeirenses dentro de casa e tinha que “salvar” o terceiro.
Junto a meus parentes (todos cruzeirenses) conseguiu com uniformes e ursinhos (que meigo) que eu começasse a falar que era cruzeirense. Isso era em torno de 1997, minhas duas correntes influenciadoras estavam em lados opostos, e eu pendia bruscamente para o lado do Cruzeiro. Cruzeiro havia ganhado uma libertadores (na época com 5 anos eu não sabia o que era isso) e estava para participar de um mundial. Mundial eu já sabia que se tratava de algo importante que se tratava do mundo. O São Paulo tinha acabado de passar pelo alvoroço de ser bi campeão da libertadores e mundial, mas não ganhara nada nos últimos anos, mas eu também não tinha idéia disso.
Tinha escolhido ser cruzeirense, mas a duvida estava no ar ainda (nunca contei isso pra ninguém) afinal, criança nunca tem certeza de nada, e irmãos azucrinando a cabeça de alguém com 5 anos é algo que influencia fortemente.
Enfim chegou a final do tal mundial, na pequena sala da casa (que hoje é meu também pequeno quarto) meu pai assistia o tal mundial, com aflição como nunca tinha o visto assistindo a outro jogo (se bobear eu nunca tinha o visto assistindo outro jogo do Cruzeiro). Cruzeiro perdera aquele jogo por 2x0 para o
Borussia Dortmund e continuou sem um titulo mundial, ainda lembro do meu pai com cara de triste me falando:
–Ano que vem a gente ganha.
Eu me tornei cruzeirense de verdade por causa dessa “promessa” do meu pai, que a partir daí venho repetindo para mim mesmo a cada nova derrota na Libertadores.
Ano passado eu acreditei que seria a revanche, não contra o Borussia é claro, mas contra o tão sonhado mundial, que nunca ganhamos até hoje, acabamos perdendo uma final de Libertadores dentro do próprio estádio. A tristeza que vi nos olhos do meu pai em 1997 estava nos meus olhos em 2009 creio eu que mais forte, afinal como disse no início desse tópico, eu sempre fui apaixonado por futebol e nesse tempo de quase 12 anos a coisa mudara muito, eu hoje sou um torcedor afetuoso que acompanho todos os jogos do time independente da importância, e meu pai se afastara de vez do time, não sabia o nome de ninguém do time sequer.
A esperança voltou de novo quando na ultima rodada do Campeonato Brasileiro o Cruzeiro pegou a ultima vaga depois de uma recuperação heróica que fez do time campeão do returno do Campeonato Brasileiro.
Ontem, dia 03/02/10, o Cruzeiro conquistou a vaga para fase de grupos da Libertadores 2010 com uma goleada de 7x0 sobre o fraco Real Potosí da Bolívia, reascendendo com uma pequena faísca o fogaréu do sonho do titulo da libertadores e quiçá do titulo mundial que eu e toda nação cruzeirense tanto torcemos.


Pai, eu to esperando...

3 comentários:

  1. "–Ano que vem a gente ganha."
    Que promessa mais F* hein! ¬¬
    SHUAHSUAHSUHAUSH'

    "Pai, eu to esperando..." A esperança é a ultima que morre! Pense pelo lado positivo, pelo menos você não é Corinthiano.. Mas bem que poderia ser São Paulino.
    SHUAHSUAHSUH'

    Bom post!

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  2. o seu time ainda disputa final de libertadores!!!
    e o meu q nen classifica.......

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