sexta-feira, 14 de março de 2014

O Futuro dos Meio-médios

O fim ou pausa indefinida da carreira de Georges Saint-Pierre e a expectativa sobre o futuro da categoria mostrou ao mundo o quanto o canadense foi incrível durante a carreira. Dominar uma categoria cheia de excelentes lutadores dos mais diversos estilos tendo vencidos grapplers (Jon Fitch, Matt Hughes, Josh Koscheck, Jake Shields, Matt Serra), strikers (Tiago Pitbull, Dan Hardy, Jhony Hendrix) e lutadores bons em pé e no chão (Condit, BJ Penn e Nick Diaz) com o fim (ou pausa) de sua carreira, temos uma categoria pós-império Romano cheia de Godos, Unos e Germânicos, querendo se sagrar como novo Czar e ocupar o lugar que por muitos anos foi do canadense.
São tantos bons lutadores que mesmo escrevendo um artigo específico sobre, tendo em vista que vários desses nomes lutarão no UFC 171 que ocorrerá nesse sábado, ainda ficarão alguns bons nomes e possíveis candidatos ao título de fora. O mais provável é que não haja por um bom tempo um imperador como Saint-Pierre foi, mas sim que haja revezamento no poder da categoria que tem de tudo para ser como foi os meio pesados entre o período pós Chuck Lidell e pré-Jon Jones.
Começando pelos atuais desafiantes do cinturão vago:
Jhony Hendrix é um ser 100% transparente. Seu jogo é claro: Ou marca a distância e entra com sua esquerda derrubadora de búfalo, ou força a queda com sua força incrível. Um fato importante é que ele tem preparo para fazer isso por 5 rouds.
Apesar de aparentemente ser um jogo simples, nem mesmo o mago das estratégias Georges Saint Pierre foi capaz de anulá-lo. O motivo é a coesão do jogo do texano. Se na longa distância pode acertar seu petardo, ou explodir em direção as pernas até derrubar, na média consegue evitar quedas, forçar o clinch e se clinchado inverter usando sua força. Os defeitos de Hendrix são sobpostos as suas habilidades.
Robbie Lawler seria há pouco mais de um ano o mais improvável dessa lista. Mas chegou de fininho e vai disputar o título. Após belos nocautes contra Koschek e Voelker, foi escalado para enfrentar Rory Macdonald provavelmente o UFC tendo a intenção de dar mais uma vitória para a ascensão a disputa de cinturão do pupilo de GSP. Mas se esses eram os planos do UFC, eles não contavam com o renascimento de Lawler.
Que sua mão é pesada e que tem ótimas joelhadas, já era sabido, mas a inteligência com que tem agido desde seu retorno ao UFC tem sido impressionante. Não mais parte pra cima com tudo para o nocaute e mesmo assim nocauteou e dominou todos seus 3 fortes oponentes no UFC, não mais é derrubado angustiosamente por qualquer wrestler (mesmo tendo enfrentado bons depois de seu retorno) e se cai por baixo não tem feito vergonha.
O vencedor da luta que também ocorrerá amanhã entre os dois seguintes deve ser o próximo desafiante:
Carlos Condit é o showman do grupo. Dono de golpes plásticos, uma trocação afiadíssima, uma guarda perigosa e um cardio impecável, Condit só tem um defeito que é não saber defender quedas e numa categoria repleta de All American Wrestlers (título dado a divisão nacional de wrestler norte-americano) isso pode ser um grave problema.
Já vi em vários fóruns sobre MMA, comentários que em luta de 5 rounds não há ninguém para vencer Condit nos meio-médios após a aposentadoria de GSP (espero que não sejam comentários da mesma pessoa). Apesar de não achar que haja essa superioridade toda, é claro que em uma luta de 5 rounds, um gás subumano pode dar vantagem.
Tyron Woodley é outro que chegou de fininho do extinto Strikeforce e com nocautes fulminantes já está bem ranqueado, e de acordo com Dana White, se vencer Condit, irá disputar o cinturão.
Muito forte pra categoria, tendo provavelmente mais músculos que qualquer oponente, Woodley tem uma bela patada de direita e ainda tem o famoso de título de All American Wrestler. Lutador de uma ótima equipe (American Top Team) Woodley pode ser a nova surpresa a chegar ao título.
Outros lutadores da categoria que também lutarão no card desse sábado serão Hector Lombard e Jake Shields, o primeiro foi contrato para embolar a categoria de cima, mas acabou tendo performances apáticas e desceu de categoria dando um show com seu incrível boxe em sua estréia nos meio médios. Jake é um grappler fantástico em derrubar e amarrar um combate. Shields, apesar de vir de vitórias sobre grandes nomes, precisa de mais pelo menos 2 para chegar ao cinturão devido ao fato de ser um lutador extremamente entediante.
Nesse UFC 171 há (ainda entre meio-médios) a luta entre o jovem Kevin Gastellum e Rick Story (que já venceu Jhony Hendrix) que pode colocar mais um na linha de cinturão e temos
Ainda na linha de cinturão, há o nocauteador Jake Ellenberguer e o belga último campeão do Strikeforce Tarec Saffiedine que se enfrentarão em abril no UFC 172.
Sem luta marcada temos um dos mais talentosos e jovens, Rory Macdonald que vem de vitória clara sobre o brasileiro Demian Maia. Antes da derrota para o atual desafiante Robbie Lawler, Rory era apontado por quase todos como o favorito a suceder seu parceiro de treino, GSP. Hoje muitos perderam essa confiança, mas Rory provavelmente apontará como desafiante ao cinturão em breve. E o sul-coreano Dong Hyum Kim que está em uma crescente na carreira após 4 vitórias consecutivas, também pode chegar.
Matt Brown lutará com a maior esperança brasileira na categoria, Erick Silva (não tenho esperança em Demian Maia devido à idade avançada e já aparente decadência física) Brown é um matador, mas dificilmente chegará ao cinturão, Erick tem que vencer seu primeiro top se quiser alçar grandes voos na categoria, afinal, apesar de parecer, não é mais um garoto.

Há ainda muitos bons nomes na categoria, mas é melhor esperar pelo UFC 171 que trará algumas respostas sobre o futuro da categoria.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Top 15 maiores lutadores de todos os tempos

O MMA é um esporte muito novo, sob esse nome, o esporte tem cerca de 13 anos, antes era chamado de vale-tudo. Mas para a criação desse ranking utilizarei apenas a parte moderna do vale tudo, período pós UFC 1. Ou seja, de 1993 para cá.
Como o esporte é muito novo, utilizarei lutadores que ainda estão em atividade, alguns ainda muito jovens, portanto as colocações ainda são bem passíveis de mudanças, diferentemente do futebol, por exemplo, que devido a seus muitos anos, há maior dificuldade de aparecer alguém melhor que Pelé, Beckenbauer ou Eusébio.
Usarei os seguintes critérios avaliativos:
Carreira (peso 3): nesse critério levarei em consideração quantidade de vitórias e derrotas e a qualidade dos adversários vencidos na carreira como um todo.
Auge da carreira (peso 2): Nesse critério será avaliado o auge da carreira do lutador, como suas apresentações foram brilhantes durante seu período áureo.
Habilidade: (peso 2): Nesse critério avaliarei a habilidade do lutador como um todo,  striker, contragolpe, resistência, queixo, derrubadas, defesas de queda, coração, finalizações, defesas de finalização etc. Utiizarei uma média durante a carreira lutador, tendo em vista que todos tem altos e baixos.
Completude (peso 1): Nesse critério avaliarei a completude dos lutadores, não como boxers, kickboxers, wrestlers, etc, mas sim como luta em pé, agarrada e em solo, apenas. Por exemplo: Royce Gracie não usava boxe, muay thai, mas tinha um jogo de pé capaz de derrubar e evitar ser socado, portanto tem uma boa completude.
Efetividade (peso1): Tendo em vista que o princípio da vitória é finalizar ou nocautear e caso isso não aconteça, aí então haverá contagem de pontos, o lutador que busca mais a vitória (e consegue) antes do fim do tempo terá maior nota aqui.
Para procurar justiça, coloquei os lutadores referências nos critérios com nota máxima ou próxima para comparar melhor uns aos outros, quesito carreira, nota máxima pra Fedor Emilianenko, auge da carreira, nota máxima para Anderson Silva, Habilidade, maior nota para Fedor, GSP e Anderson Silva, completude nota máxima para GSP, efetividade nota máxima para Fedor, Anderson Silva, Royce Gracie, BJ Penn, Renan Barão e Cain Velasquez, Chuck Lidell, Vitor Belfort, Shogun e Wanderlei Silva
Lutadores analisados:
Galos: Barão
Penas: Aldo
Leves: BJ Penn, Frankie Edgar e Takanori Gomi
Meio Médios: Royce Gracie, Georges St Pierre e Matt Hughes
Médios: Anderson Silva, Rich Franklin e Dan Henderson
Meio pesados:  Wanderlei Silva, Maurício Shogun, Rampage, Ricardo Arona, Vitor Belfort, Jon Jones, Tito Ortiz, Chuck Lidell, Lyoto Machida, Frank Shamrock, Ken Shamrock e Sakuraba
Pesados: Dan Severn, Don Frye, Mark Coleman, Rodrigo Minotauro, Frank Mir, Josh Barnett, Crocop, Cain Velasquez, Marco Ruas, Pedro Rizzo, Randy Coyture e Fedor Emilianenko
Em caso de empate na pontuação, o desempate ocorrerá nos critérios carreira, auge da carreira, habilidade e completude respectivamente.
***

15 – Wanderlei Silva: 9,6; 9,9; 9.5; 9.5; 9.9=87
Wanderlei foi o lutador mais querido do maior PRIDE. O lutador mais agressivo e talvez o mais empogante da história do esporte. Por muitos anos manteve sua hegemonia no Japão tendo perdido apenas 2 lutas em sua categoria no evento, uma guerra contra Arona, o qual vingou a derrota em sua luta seguinte, e uma para Dan Henderson em sua última luta no evento. Após o fim do Pride, já sentindo os efeitos da idade e a diminuição daquela explosão muscular, se tornou um lutador empolgante muito devido a seu coração gigante, mas nunca mais figurou entre os melhores do mundo.
Pelo período aureo, foi um dos melhores de todos os tempos e poderia estar até entre os 5 melhores, mas devido a decadência relativamente precoce, Wand é o décimo quinto melhor lutador de todos os tempos do MMA.

14 - Matt Hughes: 9,7; 9,6; 9,6;9,6; 9,9=87
Se queres um exemplo de lutador que venceu com sua determinação ao invés de um talento natural (não que ele não tenha nenhum talento) esse  é Matt Hughes.
Dono de uma força descomunal, capaz de levantar homens e arremessá-los como crianças no chão, Matt finalizou ou nocauteou 35 oponentes, foi campeão do UFC duas vezes, venceu adversários superiores tecnicamente como BJ Penn e até Georges St Pierre e por isso merece a décima quarta colocação entre os melhores lutadores de todos os tempos.

13 – Royce Gracie: 9,9; 9,8; 9; 9,5; 10=87
Já que considerei à partir de 1993, Royce não poderia faltar nessa lista. Royce Gracie chocou ao mundo ao mostrar que mesmo franzino poderia vencer gigantes e demonstrar a superioridade do jiu-jitsu frente as outras marciais, e ainda venceu adversários de nome como Dan Severn, Sakuraba e Ken Shamrock.
Royce Gracie é o homem mais importante da história do esporte, partia sempre pra agressão mesmo por baixo. Já que em sua época não havia luta por pontos, Royce ia para finalizar, não tinha medo de soco, cotovelada, joelhada. Só não é colocado em melhor colocação no ranking porque não podemos ignorar a evolução do esporte.

12 - Rodrigo Minotauro: 9,7;9,7; 9,7; 9,6; 9,9=87.4
Não é à toa que sempre que se fala do nome Minotauro no mundo do MMA, a primeira palavra que vem a mente é lenda. Dono de uma absorção de golpes fora do comum, capazes de aguentar um ground and pound violento de homens muito maiores, Minotauro utilizou de seu excelente jiu-jitsu aplicado ao MMA para finalizar 21 vezes durante a carreira tendo sido alguns deles, Dan Henderson, Crocop, Heath Herring e Tim Sylvia. Além de ter vencido por pontos Fabrício Werdum, Josh Barnett e Randy Couture. Foi campeão dos dois maiores eventos da história, Pride e UFC. E está tendo um fim de carreira dramático após lesões graves.
Minotauro é um guerreiro e sempre será lembrado como um dos maiores e mais empolgantes lutadores da história.

11 - Chuck Lidell: 9,7; 9,8; 9,6; 9,5; 10= 87,4
Chuck Lidell é o lutador preferido dos americanos em toda história. Dono de vitórias sobre nomes como Kevin Randleman, Murilo Bustamante, Vitor Belfort, Alistair Overeem, Tito Ortiz (2x), Randy Couture (2x) e Wanderlei Silva, Chuck foi um dos lutadores mais empolgantes da história do esporte. Agressivo, nocauteador e dono de uma trocação nada ortodoxa. Chuck caiu nas graças do público mundial se tornando um dos lutadores mais famosos do mundo.
Chuck deixou sua marca com lutas e nocautes épicos e uma vaga no hall da fama do UFC.

10 – Maurício Shogun: 9,6, 9,9; 9,7; 9,6; 10= 87,6
Quando Shogun surgiu devastando a categoria mais disputada do MMA e vindo a se sagrar campeão do torneio estrelado de 2005 do PRIDE (torneio que tinha Vitor Belfort, Wanderlei Silva, Overeem, Minotouro, Ricardo Arona, Igor Vovchanchin, Sakuraba, Rampage) muitos falaram que poderiamos estar vendo o futuro maior de todos os tempos. As lesões e a falta de adaptação aos novos  tempos do MMA fizeram com que esse talento  não alcançasse seu máximo potencial, mas mesmo assim Shogun ainda se tornara campeão do UFC vencendo o até então invicto Lyoto Machida.
Essa colocação, assim como outras nesse ranking, é provisória e deve mudar nos próximos anos dependendo de que rumo tome a carreira de Shogun. Se continuar sua falta de regularidade, deve descer. Se conseguir ao menos chegar a uma nova disputa de cinturão, deve subir.

9 -Dan Henderson: 9,8; 9,6; 9,7; 9,8; 9,8= 87,6
Dan Henderson foi participante das Olimpíadas de 1992 na luta grego-romana (wrestling) e está lutando até hoje, aos 43 anos.
Em sua carreira, Dan Henderson tem os títulos do torneio dos médios de 1998 do UFC, torneio do Kings of The Kings de 1999. Foi campeão dos Meio Médios (médios do UFC) do Pride em 2005 e dos Médios (meio pesados do UFC) em 2007 e ainda foi campeão dos meio pesados do  Strikeforce em 2011.
Enfrentou 4 nomes que estão nesse ranking (Wanderlei Silva, Shogun, Fedor e Anderson Silva) tendo vencido 3 deles, e ainda venceu nomes como Carlos Newton, Minotauro, Murilo Bustamante, Kazuo Misaki e Vitor Belfort. É com certeza o lutador que mais enfrentou lutadores top da história do mma. Dono de, provavelmente, o queixo mais duro da história do MMA. Essa lenda merece destaque eternamente nesse esporte.

8 – Cain Velasquez: 9,6; 9,9; 9,6; 9,8; 10=87,7
Cain é um dos lutadores que muito provavelmente subirá nesse ranking. É sem dúvida nenhuma o lutador mais temido da atualidade. Após vencer contundentemente 2 vezes o ex-campeão (Junior Cigano) que já venceu praticamente todos os outros tops, Cain está praticamente sem adversários.
Cain é um peso pesado que sabe socar, chutar e principalmente derrubar e amassar. Seu Ground and Pound é provavelmente o mais violento e efetivo da história do MMA. Lutador focado, é difícil pensar em algum adversário capaz de vencê-lo. Será Jon Jones esse homem¿

7 - BJ Penn: 9,6; 9,9; 9,8; 9,8; 10= 88
O apelido de The Prodigy veio para BJ Penn por ter pegado a faixa preta de Jiu-Jitsu com 4 anos de prática. Além do talento no Jiu-jitsu, BJ tem um boxe fantástico, bons chutes e boa defesa de queda, resumindo, um atleta completo. BJ ainda tem um grande coração, resistência a golpes e é quase incortável.
Mesmo sem ter um físico avantajado, foi campeão dos Leves e Meio-médios do UFC. Corajoso suficiente para ter lutado com Lyoto Machida em um catchweight (peso aberto). BJ venceu duas vezes um muito mais forte (fisicamente) Matt Hughes, venceu Takanori Gomi, Caol Uno, Jens Pulver, Sean Scherk, Kenny Florian e Diego Sanchez, se sagrando com sobras como o maior peso leve da história.
BJ é outro que poderia até estar numa melhor colocação caso tivesse mantido o foco e procurado evolução durante toda a carreira.

6 – Renan Barão: 9,7; 9,9. 9,8; 10= 88,3
Invicto há impressionantes 33 lutas e 9 anos (é sério isso) Barão se tornou campeão do UFC (interino, mas desde então o então campeão Dominick Cruz não mais voltou) desde 2012, Barão venceu os únicos dois adversários com reais chance de vencê-lo na categoria (Urijah Faber (2x) e Michael Macdonald) Barão com apenas 27 anos está sem adversários na categoria.
Caso Dominick Cruz não volte a lutar e Barão não suba de categoria (o que não deve acontecer caso seu parceiro de treino e campeão da categoria de cima José Aldo não suba), Barão não deve subir mais nesse ranking, não por falta de qualidade para isso, mas por falta de oponentes.

5 – José Aldo: 9,8; 9,9; 9,8; 9,8; 9,7= 88,3
José Aldo com apenas 27 anos tem apenas uma derrota na carreira, essa tendo acontecido há mais de 8 anos. Venceu indiscutivelmente todos os oponentes que foram colocados em sua frente, inclusive o ex-campeão dos leves do UFC Frankie Edgar e Urijah Faber.
Dono de uma eximia trocação, uma defesa de quedas de mais de 95% das tentadas, uma velocidade incrível e golpes fulminantes, José Aldo está sem adversários em sua categoria, e caso suba e consiga se sagrar campeão da categoria de cima, tem tudo até para se tornar o maior lutador de todos os tempos por suas habilidades.

4 – Georges Saint-Pierre: 9,9; 9,7 9,9; 10; 9,4 = 88,3
Georges tem bom boxe, bons chutes, wrestler nível olímpico (treina com a seleção canadense de wrestling) e um excelente jiu-jitsu é extremamente forte e atlético e já demontrou muito coração.
GSP ainda é o maior vendedor de Pay Per View da história do UFC e se há algo que possa falar mal sobre o mesmo é que desde 2009 não conseguiu finalizar ou nocautear nenhum oponente, tendo muitas vezes feito lutas apáticas, lutando claramente apenas para pontuar.
GSP é o lutador que mais venceu  no UFC (19 vezes) o que mais vezes venceu lutas por cinturão (12 vezes) e o segundo com mais defesas de cinturão (9)
O lutador que talvez seja o mais completo do mundo está afastado do octógono, mas muito especulasse sobre seu retorno. Dependendo de como seja seu retorno, pode avançar degraus nesse ranking, caso não retorne, corre risco de ficar para trás.

3 – Jon Jones: 9,8; 9,9; 9,8; 9,8; 9,9 = 88,4
Invicto (sim, sua derrota não deve ser contada) tendo enfrentando vários ex-campeões como Shogun, Lyoto, Rashad, Rampage e Belfort, além do ótimo Alexander Gustafsson numa luta em que mostrou que além de todas as suas habilidades ainda tem coração de campeão para virar uma dura luta.
Jones com apenas 3 anos lutando MMA se tornou campeão da categoria até então mais disputada se tornando o dono de cinturão mais novo da história do UFC. Hoje, após 3  anos e 6 defesas de cinturão, ainda é o campeão mais novo em atividade no UFC. Seu futuro é promissor. Jones tem capacidade de se manter campeão por muitos anos e ainda tem tempo para se aventurar na categoria de cima e se dar muito bem (se Cain vs Jones acontecer deve ser a maior luta da história). Bones pode e deve se tornar o maior lutador de MMA de todos os tempos.
                              
2 – Anderson Silva: 9,9; 10 9,9; 9,8; 10 = 89,3
O mais brilhante lutador de todos os tempos, o brasileiro deu show no octógono, tem algum dos nocautes mais incríveis da história de qualquer esporte.
Lutando sempre pra frente, buscando além da vitória, o show, Anderson não foi só um lutador, foi um showman, um craque das artes marciais e será lembrado eternamente como o homem que fez do MMA um teatro marcial real. Futuramente iremos falar do MMA com a era Gracie, a era Fedor e a era Anderson.
Anderson fez adversários excelentes como Franklin e Griffin parecerem iniciantes, parecia estar sempre preparado para em um golpe resolver a luta e isso acabou o acomodando, não acomodando em relação aos treinos, ou performance, mas Anderson acreditou em sua áurea de invencível e aí então deixou brechas para perder.
Agora a idade chegou, Anderson está se recuperando de uma lesão gravíssima e ainda quer retornar. Se retornar e conseguir alguma coisa na carreira ainda pode se tornar o maior de todos os tempos, se aposentar hoje ou nada mais acrescentar, será o segundo.

1 – Fedor Emilianenko: 10; 9,8; 9,9; 9,9; 10= 89,3
Invicto por dez anos em uma categoria onde qualquer oponente pode com um soco definir uma luta, Fedor é considerado pela maioria dos que acompanham MMA há muito tempo como o maior lutador de todos os tempos.
Fedor entrava pra lutar onde a luta estivesse, não tinha essa de cairem em sua guarda e tentar levantar, ou de entrar pra derrubar, se desse pra derrubar, derrubava, mas se não desse, não insistia e ia na mão mesmo. Até por isso levou muita porrada e entrou em risco vários vezes durante a carreira, para o russo nunca houve tempo bom. Tempo de controlar luta. Só havia tempo de entrar e vencer do jeito que fosse.
Venceu os maiores de sua época: Mark Coleman (2x), Kevin Randleman, Arona, Crocop e Minotauro (2x) e tendo perdido apenas já próximo a sua aposentaria. E ainda vale Ressaltar que fez tudo isso e uma categoria em que era pequeno e leve nunca tendo escolhido adversário, lutava e vencia quem aparecesse.

Não só pela coragem, mas pela qualidade em todas as áreas (em pé, evitando quedas, derrubando, invertendo quedas, resistindo a golpes fortes, golpeando forte, por baixo finalizando, por cima finalizando, com gás e velocidade absurdo para um peso pesado aparentemente fora de forma) Fedor é o maior de todos os tempos.

sábado, 6 de outubro de 2012

Ao Infinito e Além: A Geração Aforismo


Mentes pequenas pedem pensamentos curtos
Não algo que realmente creia
Algo que realmente deseja
Apenas algo que faça com que você pareça ser o que quer ser

Se me incomoda?
Digo: Muito
Nada que seja bem interpretado vem de aforismos
Por isso esses se encaixam tão bem a essas mentes

Não interpretam nada bem
De carapuças se eximem de adentrar ideias
Lêem, vêem e continuam tão vazios quanto antes
Com o propósito de transparecer

Para o real conhecimento de uma simples frase é necessário mais que léxico
Mais que interpretá-la textualmente
É interpretá-la em seu contexto
Interpretá-la com conhecimento da obra do autor
Interpretá-la com os olhos de quem escreveu e não apenas de quem a leu

A típica ação da nossa geração
Julgar não pelo argumento
Mas pela resposta que esse terá
Assim fantasiam-se

Apresento a vocês a sua geração
A Geração Aforismo
Ninguém quer ler e interpretar
Mas querem se expressar

Todos querem transmitir algo
Não importa se seja banal
Se não tem nada a acrescentar
Não importa o quão clichê pode soar
A carência individual clama por atenção

E é disso que essa sociedade é feita
De carência
Mas enganam-se os que pensam que essa é sua doença
Diria até que é uma necessidade do ser pensante
Mas a má utilização dessa característica forma o que estamos vendo

Medíocre geração
Incapaz de pensar
Incapaz de expressar por si
Chega ao cúmulo de pesquisar frases sobre os sentimentos e sensações almejadas
Forjando-as, não entendem que palavras não convencem

Não se convencem
Não nos convencem
Não a ajuda
Apenas a engana

Apresento a vocês a nossa geração
A geração que tanto me orgulho de ser exceção
A geração que se ilude, mas não ilude ninguém
A geração opaca
A geração que se orgulha da pressa
Da comodidade
E com essas características se isenta da faculdade de pensar por si

Apresento a sua geração
A Geração Aforismo

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Aforismos - 1


*O controle dos impulsos é a forma de manter a lucidez

*Para algo ser julgado bom, haverá sempre algo a ser julgado ruim, o melhor necessita do pior. Portanto a expressão “bem comum” a partir do fato do que o que se torna comum deixa de ser bom, é descartável.

*Há em grande parte das pessoas, e aqui incluo pessoas julgadas pela sociedade como intelectuais, uma inversão da criação de um pensamento. Esses ditos intelectuais se escondem atrás de preceitos que pelo primeiro vislumbre considerarem corretos e pré-julgam ser a verdade. Após isso procuram argumentos para confirma-lo.
*A genialidade criativa é uma fórmula de inteligência + virtuosidade, mas faça-se jus aos supers, o ingrediente especial é uma boa pitada da mais pura loucura.

*A origem do conceito de belo é interpessoal, mas a sociedade desenvolve o padrão para o belo baseado em muitas nuances: Contexto histórico, inconsciente coletivo, nível de exclusividade e principalmente na resposta social do conceito desse belo, o status que ele venha a gerar. A parte interpessoal é a valoração em que cada nuance do belo desperta sentimentos a partir do desenvolvivento psíquico e espiritual de cada ser.

*Mais um conceito contra a maré, você é o que pensam sobre você, o que você pensa sobre si não interessa a ninguém.

*É tudo questão de reconhecimento, o mundo se move pela resposta que isso terá. Ninguém produz sem ter pra quem produzir. É ilusão pensar o contrário.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ao Infinito e Além: A Humanidade e A Natureza Humana

Após alguns leitores me indagarem sobre certo assunto e receberem uma resposta superficial, talvez sem coesão, decidi refletir mais profundamente sobre tal.

Algo como: Você que tanto exalta o futuro, porque critica tanto a humanidade que será responsável por isso¿

Apesar de ter considerado a pergunta pertinente, fico um pouco desapontado com a interpretação que tenham tido de meus textos.

Conhecemos a nossa humanidade. Nada que disse até aqui é novo sobre ela. Sabemos que a maioria de nós é convicta de verdades infundamentadas. Que muitos de nós perdemos a capacidade de questionar, que alguns de nossos mais naturais e belos extintos são execrados pela sociedade. Que nossa característica evolutiva vem sendo considerada como o maior dos males. Que os sistemas de organização da sociedade são maquiagens da real situação. Que há hipocrisia sobre tudo. Que a maioria de nós são apenas fantoches, mortos-vivos e terão em sua existência um motivo tão vão quanto um sermão sobre pecado. Não há novidade.

Sim, exalto o futuro. Talvez eu seja um Quaresma de Lima Barreto, há um pouco de esperança em meio aos meus devaneios. Porque não haveria¿ Sou obrigado a acreditar no fado adverso que nos pressagia¿

Há esperança sim e nesse ponto que me desaponto com tal questionamento. Sempre me coloquei como crente que a humanidade é uma coisa completamente diferente, diria até que oposta ao que indica o extinto humano. O caminho para o futuro que “exalto” parte do extinto e não do que fizeram dele.

Fomos deixados levar por nossas fraquezas, mas essencialmente somos os mesmos, o que nos falta é despertar o ‘olho de tigre’. A crença em nós mesmos e não no alheio, independente desse ser cósmico ou não.

Gerações e mais gerações sofreram inversão de valores. O que seria motivo de empolgação: as descobertas, a exaltação do ego, a seleção natural, a competitividade, os questionamentos, foram controlados para que seja introduzida a ideia do rebanhismo.

Uma reformulação mais plausível da pergunta que recebi seria:

-Você que tanto crê no extinto humano, por que critica tanto a humanidade¿

E respondo:

A humanidade sofreu por séculos uma imposição sobre seu extinto. O que restara dos nossos extintos precisam ser reativados, os males foram jogados em cima de nossos bens. Aí me atrevo a julgar o bem e o mal, não com convicção, mas com um número alto de evidências que me levam a acreditar nisso.

Quando ainda lutávamos pela nossa sobrevivência, quando os mais fortes se elevavam sobre os mais fracos, quando faltava força e se vencia com inteligência, quando sobreviver era orgulho, quando esperar de terceiro era sinal de fraqueza, enquanto tudo isso acontecia nós seguimos nosso caminho até chegar aqui. Vencemos a fúria dos mais fortes, os castigos dos próprios mãe e pai naturais.  Por que não acreditar que podemos vencer a nós mesmos¿

Em certo ponto o mais antigo ancestral está a nossa frente. Cabe a nós o retrocesso moral que já se mostrara historicamente muito mais efetivo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ao Infinito e Além: O Melhor de Nós


Malditos cegos seletivos. Sempre procurando alguém para culpar
É incrível o quão medíocre é o ser humano contemporâneo.
É um clichê válido mencionar que conseguem enxergar horizontes píncaros, mas não sua própria fedentina
Os mais desprezíveis seres, os Pregadores do Destino Doutrinadores Infantis, culpam a falta de fé, mas essa espécie que devemos ultrapassar na escala evolutiva, não é digna de mais do que compaixão
Outros negadores da vida culpam a desigualdade. Através disso formulam teorias que contrariam a natureza não só do ser humano como de qualquer ser vivo. Desafiam o fator típico responsável pela vida: A seleção natural
Há outra espécie de negadores da vida que se priva das alças para, em sua tacanha cabeça em prol de ‘alcançar’ a imperturbabilidade. Esses se assemelham aos Pregadores do Destino, mas se diferem por pensarem ser o senhores do seu eu. Mal sabem que tal narcisismo é movido por medo, um medo que os enfraquece e é responsável para que ele não muito se distancie dos comuns.
Talvez o mais comum seja o mais distante da realidade, os Incapazes Inconformados, que culpam os mais fortes, os superiores, aqueles que souberam utilizar o sistema vigente para se sobrepor. Esses seres costumam declarar revolta com o sistema sustentado por eles. Mais hipócritas até que os Pregadores do Destino, que em sua defesa poderiam alegar a ilusão, os Incapazes são barulhentos, mas o melhor que podem fazer é arrancar deboches por parte da aristocracia.
Sejamos justos, os considerados culpados pela deploração do ser nada mais são que o melhor de nós. Essa falsa sensação de poder nada mais é do que uma seleção natural e uma amostra clara de quão medíocre, quão baixo e quão sujo é o nosso fado previsível.
Regredimos sim, e é por isso que os raros devem se levantar. Para virar a mesa é preciso derrubar preceitos, vencer alguns medos, adquirir outros, atacar a moralidade vigente, utilizar a virilidade como impulsão , etc.
Regredimos sim, pois nossos ancestrais próximos tinham ciência do que é o melhor de nós e esses foram eleitos naturalmente. Enquanto essa reversão de valores acontecer, enquanto os selecionados forem considerados culpados, o jogo encaminhará para o abismo.
A grande verdade é que os melhores de nós nada mais são do que os mais demagogos, os mais polidos, os mais sujos, os mais cruéis, os mais egoístas...
***
Post de número 100 do blog, ;D

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ao Infinito e Além: A Felicidade



Há quem acredite em receita para felicidade, exemplos não faltam de pessoas que creem em tamanho absurdo.
Cristãos, Judeus, Budistas, Astrólogos, Feiticeiros, Epicuristas etc. Todos tem seu manual de comportamento das mais diferentes formas para se alcançar na impertubabilidade, na conveniência, na ilusão, na omissão, na negação da vida, uma felicidade fajuta, um contentamento descontente, um sorriso forçado taciturno. Mal sabem que o estado de felicidade não pode ser forjado. O que se diz ser e o que sente são coisas diferentes. A esperança é um modo lento e contínuo de ceifar uma possível vida. Quando perceberem que a ilusão lúcida é uma piada, rirão melancolicamente com lágrimas nos olhos.  Um mundo sobre a ótica da ataraxia com pessoas em estado de Nirvana faz de Aldous Huxley uma espécie de profeta.
A todos esses esquizofrênicos restam apenas o tempo, a espera, a vida não merece ser chamado de vida, mas de castigo. Um castigo duro e eterno cuja consciência nunca será tomada. É lamentável a ideia de sobreviver com preceitos empurrados goela abaixo, com um padrão imposto cujo não se pôde discordar. A felicidade como produto, estampada das mais variadas formas: Você como uma marionete do inconsciente coletivo. Seus pensamentos mais criativos, aguçados e empolgantes se tornaram motivo de repulsa por um medo de fugir dos padrões.
No entanto essa sensação de impotência o torna tolo. O cumprimento dos objetivos e a real satisfação são negativo, positivo, cão e gato, retas paralelas. Jamais se encontram. O motivo é a falta de critério para a formulação dos objetivos. A única fonte real da felicidade é execrada. Os desejos mais sinceros são os mais omitidos. Aquilo que o subconsciente produz é considerado o mais baixo pelo padrão manipulador é o que de mais sincero há no que restou das almas desses seres, algo que acabam sempre omitindo e causando um vazio interior, preenchido por mentiras e ilusões. Tudo em prol de um ideal inexistente. Uma fraude ofensiva à evolução da humanidade.
“Agradeceis o que tem”, dizem tais esquizofrênicos. E eu gargalho de seus preceitos infundados. “Agradeceis o que tem” dizem as almas mortas, e eu lhes retruco: - Agradeceis o que não tem, pois é seu caminho a seguir.
O constante desejo de ser, de ter, de crescer, de aparecer, isso nos move, isso nos satisfaz, mas só momentaneamente, e isso nos faz estar no topo, essa característica que fez o homo sapiens ser o que é. O desejo de sermos os melhores, os mais desenvolvidos, de termos mais, de mais conforto, de mais status, de sermos reconhecidos. Onde não se há desejo não há satisfação verdadeira, mas onde se não se há satisfação, há desejo.
Ao contrário da maré eu digo minha verdade: A insatisfação é requisito básico para a felicidade. Você não lera errado. Repito: A insatisfação é requisito básico para felicidade. Há necessidade de tristeza para que haja felicidade, a oscilação que nos faz feliz, não a constância. A tênue é venenosa, é traiçoeira, enquanto bate nas suas costas enchendo o pulmão para dizer-te: “-Bom trabalho.”  te apunhala quando mais frágil está. E quando acordar e notar que voltara a realidade que no fundo da alma tanto enoja, a agonizante sensação de tristeza percorrerá por todo corpo, já que a alma morta é inerte. A agonia incontida nem ao menos será entendida, não saberá por que não estão satisfeitos, mesmo que tudo que ‘quisera’ tenha conseguido. Mesmo o mais bem sucedido profissional cujos pais moldaram forçadamente suas aspirações sofre desse mal. Pode diagnosticar sua depressão, mas não o motivo dela.
Eu indico a meus pacientes a insatisfação. O desejo contínuo de manter-se insatisfeito, é isso que dá forças para enfrentar os fados adversos e vencendo-os ou perdendo-os, erguer-se e reerguer-se.
Amiúde insatisfaça-se.