Sei que é muita pretensão de uma pessoa só
fazer uma lista das 10 melhores músicas de todos os tempos. Não tenho muitos
critérios pra essa lista, já que música é sentimento, um dos principais
critérios para fazer tal lista foi a quantidade e qualidade de sentimentos que
sinto enquanto escuto as referidas músicas.
O resultado foi que das 10 músicas, 8 são
clássicos incontestáveis da história da música. Duas das músicas foram
escolhidas por extremo gosto pessoal, confesso.
Essa lista já fiz há cerca de um ano, não fiz
pensando em divulga-la, só a fiz a nível de conhecimento pessoal, mas pela
falta de atividade resolvi divulga-la.
Então vamos à lista:
10- The
Suburbs – Arcade Fire
O álbum a que essa música deu título foi o
mais badalado do mundo em seu ano de lançamento, não por menos o álbum venceu o
Grammy desbancando figurões da música pop mundial.
A faixa-título, The Suburbs, sem sombra de
dúvidas é a melhor do álbum, a música transmite um sentimento extremamente
intenso de nostalgia, sua melodia é tão calma e límpida que é quase impossível
conter um leve sorriso ao escutá-la.
9-Born In The U.S.A – Bruce Springsteen
Bruce é indiscutivelmente o músico predileto
dos norte-americanos. Acabara de lançar seu décimo segundo álbum no topo das
paradas, e agora só está atrás dos Beatles nesse quesito.
Bruce nasceu para ser superstar. Dono de um
carisma digno de presidente da república, é quem melhor sabe descrever os
sentimentos da classe trabalhadora americana. Crítico ferrenho do capitalismo
exagerado, Bruce tem um número crescente
de hits emplacados no top das paradas. Apesar de ser uma das, ou até a maior
estrela da música americana, Bruce não tem todo esse estrelismo fora do país, o
que de forma alguma pode ser interpretado como uma falta de talento do mesmo.
Acompanhado quase sempre pela The Street
Band, Bruce faz shows maravilhosos, e com certeza absoluta o ponto alto de seus
shows é quando a famigerada Born In The U.S.A é tocada. A música leva os fãs ao
total êxtase, principalmente na hora de seu refrão.
8-Kashmir
– Led Zeppelin
Não é segredo pra ninguém que me conheça que
eu tenho Led Zeppelin quase como uma religião, uma idealização do que essa arte
chamada música nos deu.
Os 8:33 minutos de Kashmir podem parecer
tediosos a princípio, mas Zeppelin consegue desenvolver em cima de uma
estrutura simples da música, uma música completa. A forma como a linha de John
Bonham é executada é incrível. A todo momento parece que vai dar tudo errado,
que a bateria está fora da música, e lá aparece ele pra consertar tudo. Sem
exageros.
Os instrumentos de apoio são a principal marca da música, não por menos tantos
filmes, séries e propagandas usam essa música como trilha sonora. O sentimento
de melancolia e expectativa está presente em cada nota tocada nessa música.
7-Helter
Skelter – The Beatles
Uma letra simples, pode até ser considerada
sem sentido, riffs de puro rock and roll capazes de gerar histórias macabras.
Só a mais emblemática banda do mundo é capaz de fazer isso.
Helter Skelter é a precursora da música pesada. Em sua época, The Who já ditava
o que poderia ser feito na música durante os anos 70, mas com a influência dos
Beatles tudo ficaria mais fácil.
Helter Skelter adiantou uns 10 anos o que a
música teria (ou não) para nos mostrar. Guitarras com distorções (nem tão
fortes) riffs com escalas simples,
bateria barulhenta e uma letra mais gritada do que cantada. No fim da música
ainda é possível ouvir a frase ("I've
got blisters on my fingers!") um claro incentivo pros músicos do futuro
fazerem barulho
6-
Fluorescent Adolescent – Arctic Monkeys
Uma letra bem humorada, um toque “felizinho”
e uma melodia grudenta. Fluorescent Adolescent não tem solos mirabolantes,
histórias sangrentas, Arctic Monkeys não tem tantos milhões de cópias quanto
quase todos outros aqui presentes, mas essa música é a melhor no que a música
se propõe a fazer. Entreter.
É impossível para qualquer pessoa do mundo
criticar essa música, poucos, talvez ninguém a coloque entre as 10 melhores
músicas de todos os tempos. Mas o sentimento de tranquilidade e simplicidade é
muito presente na música. Sua curta duração (a mais curta das músicas da lista
com 2:58 min) também carrega uma forte áurea de nostalgia. E se música é
sentimento e essa música transmite tantos sentimentos bons, porque não
coloca-la entre as melhores*)
5-Paranoid
Android – Radiohead
Escolhida recentemente pela revista Rolling
Stones a melhor música dos últimos 15 anos (concordo com a escolha) Paranoid
Android é uma obra-prima de insanidade e o Radiohead seria o Abert Camus da
música.
Não há nada que se pareça com essa música, é de uma originalidade sinistra, em
alguns momentos, não parece ser criado por uma criatura humana, isso tudo sem
nenhum instrumento parecer desencaixado, sem nada parecer fora do lugar.
Durante seus mais de 6 minutos, são
experimentados momentos leves para relaxar, tranquilos até pra dançar, momentos
de tensão, quando se aproxima as horas mais pesadas, momentos de explosão e se
depois da tempestade vem a bonanza, Radiohead entendeu o recado, mas não deixou
de bagunçar os sentimentos presentes na música, colocando tudo para quebrar de
novo antes de acabar. Com muito peso, velocidade e ruídos indescritíveis.
4-Thunderstruck – ACDC
Se fosse possível indicar uma banda com som
rock and roll no mundo possivelmente quase todos rockeiros indicariam ACDC
Depois do auge dos 2 álbuns seguidos que
estão entre os 20 mais vendidos da história da música, ACDC passou por uma leve
crise de originalidade, mas quando em 1990 o álbum *** foi lançado embalado
pela sua melhor música, Thunderstruck, a banda ressurgiu.
Thunderstruck tem um dos riffs mais
fantásticos da história, a pegada sempre rock and roll, os vocais impecáveis, o
solo incrementador somado a performance fantástico de Angus e Johnson, fazem dessa
música a maior obra-prima de rock and roll da história
3- Dire
Straits – Sultan Of Swings
A genialidade de Mark Knopler está impressa
nos quase 6 minutos dessa música que marcou a história.
Não dá pra acreditar, mas uma das canções
mais fantásticas, uma das linhas de guitarra mais sensacionais, empolgantes e
bem produzidas da história da música esteve presente no PRIMEIRO ÁLBUM da banda
ditando bem o que seria do Dire Straits.
Apesar de extremo talento, nem mesmo Knopler
conseguiu criar algo tão fantástico quanto essa música nos demais anos de
carreira. Tudo nessa música é coadjuvante da guitarra. Baixo, bateria, letra,
voz, tudo é apenas acompanhamento pra estupenda
linha de guitarra.
2- One
– Metallica
Considerado por muitos a maior banda de rock
do planeta, e por quase todos como a maior banda de metal de todos os tempos,
Metallica tem sua obra-prima máster. E essa é One.
Como há de se notar tenho uma leve queda por
músicas crescentes (aquelas que começam mais leves e vão se incrementando ao
decorrer da música). Metallica faz isso com precisão, nessa música então nem se
fala, dos riffs que iniciam a música
trazendo sentimento de calma até os agressivos momentos em que Hetfield
grita “DARKNESS IMPRISIONING ME! ALL THAT I SEE, ABSOLUTE HORROR” há uma
diversidade incrível, a bateria de Lars, também é impecável, como sempre ele
abusa dos contratempos e cortes no desenvolvimento da música. A letra é um caso
a parte, algo que poderia estar nos livros de poesia, mas tem muito maior
divulgação em cd’s, mp3’s, etc ao redor do mundo.
Costumo dizer que é a única música longa do
Metallica em que não forçam a barra para a música demorar. Cada segundo dela
faz sentido, cada acorde leva naturalmente ao outro, sem parecer uma tentativa
de parecer ser super habilidosos (o que não chegam a ser).
1- Stairway To Heaven – Led Zeppelin
A primeira colocada não poderia ser outra,
tentarei me conter ao descrevê-la.
Starway to Heaven, fora escolhida a melhor
música de todos os tempos pela NME, a segunda pela Rolling Stone (que
misteriosamente escolheu Satisfaction como a melhor). A própria Rolling Stone
escolheu Robert Plant como o maior vocalista de todos os tempos, o solo de
Starway como sendo o melhor de todos os tempos e a letra (imagina) como a
melhor de todos os tempos.
É basicamente incontestável que essa é
obra-prima máxima da música, se fosse feito uma eleição das maiores
obras-primas da humanidade, ela estaria junto A Monalisa, Assim Falava
Zaratrusta, A Esfinge, Hamlet etc.
Tudo é impecável, não há excesso, não falta
nada, mesmo nos momentos mais límpidos, é impossível sentir falta dos outros
instrumentos, uma guitarra e uma voz é mais do que o suficiente pra entreter. A
flauta, a entrada do baixo formam o DNA perfeito de uma obra-prima. Bonham com
toda sua genialidade não ficou para trás, esteve como sempre seguro, sem excessos desafiando as leis da física. O
ápice é no solo, uma escalada pentatônica maior daquela que você aprende nos
primeiros 6 meses de guitarra, só que com uma precisão e sentimento que jamais
ninguém foi capaz de criar. Os gritos de Plant no fim são para garantir que
alguém que por algum motivo desconhecido não tenha ficado arrepiado, fique.
E para terminar de fechar o caixão “And she’s
buying stairway to heaven”.