terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ao Infinito e Além: A Alça

Visualizo um defeito

A inércia

Alguns leves lampejos evolutivos

Mas cercado de fraquezas demasiadas


Vivo como o pior dos porcos

Da esperança

Por pouco não me considero rendido

Meus argumentos não condizem mais comigo


Nada que encontrara aqui me vale mais que respeito

Nada a inspirar-me

Deixei de crer em poucas coisas

Passei a saber ainda menos


O que mais temo parece ser a única solução

A solitude

Essa me tira da inércia, me dá esperança, me inspira

Se a dor é minha alavanca, que se preparem para meu alço


Lá vou

Ao longe

Rumo ao alto

Não me espere, não sei se volto

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Análise UFC 137

Inicialmente esperado pra ter como luta principal a disputa de unificação de cinturão dos meio-médios do UFC e Strikeforce entre Georges St-Pierre VS Nick Diaz, algo que não ocorreu com a justificativa dada pelo evento de que Nick teria faltado 2 coletivas de imprensa.

Carlos Condit fora escalado para substituir Diaz, Diaz por sua vez fora escalado para o mesmo evento só que para enfrentar outra pedreira, BJ Penn. Contradições a parte GSP ainda inventa de contundir faltando pouco tempo para o evento, o que chamou a luta entre Diaz e BJ para ser o Main Event.

Claramente a saída de GSP do evento diminuiu um pouco a expectativa, mas com certeza fez com que a luta principal fosse uma luta mais emocionante. Condit provavelmente seria só mais um nome na conta de St Pierre

Vamos as principais lutas:

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Brandon Vera vs Elliot Marshall

Brandon Vera já foi considerado uma das maiores promessas do MMA. Seus problemas particulares e até uma depressão fizeram com que seu nível técnico diminuísse absurdamente. Após 3 derrotas consecutivas, mas todas contra adversários fortes (Randy Couture, Jon Jones e Thiago Silva) o UFC deu mais uma chance a Vera, e como para garantir a continuidade de Vera no evento, o UFC empurrou o fraquíssimo Elliot Marshall para o enfrentar. Resultado? Uma vitória com 0 de brilho para Vera, apenas um lampejo do antigo Vera e mais nada.

Tyson Griffin vs Bart Palaszewski

Tyson Griffin é outra promessa que não vingou do UFC, já fez 4x a luta da noite do UFC, venceu nomes como Faber, Clay Guida, Thiago Tavares, Gleison Tibau, Rafael dos Anjos e Hermes França, mas quando chegou a hora de poder disputar o cinturão, não chegou a fazer. Enganchou 3 derrotas consecutivas, não venceu convincentemente sua última luta contra aquele vulgo frango que o UFC costuma dar para um lutador bater quando não quer demiti-lo e acabou sendo nocauteado por Bart Palaszewski. Bart Palaszewski por sua vez não tomou conhecimento de Griffin, passou o carro e mostrou ter lenha pra queimar ainda.

Hatsu Hioki vs George Ropp

Hioki fazia parte do seleto grupo de lutadores japoneses com talento para lutar em alto nível no UFC. Fazia, porque o que demonstrou nessa luta foi que ao invés de tão brilhante, ele é apenas um lutador que nunca enfrentou um lutador top, e mostrou que quando fizer vai estar enrascado, decepção total.

Dennis Siver vs Donald Cerrone

Antes da luta Cerrone, com seu, 1,83 de altura, anunciou que essa seria sua última luta na categoria leves, e que desceria para os pesos penas para enfrentar José Aldo. Como esses caras fazem? Não sei, mas será mais uma opção para Aldo surrar. Siver é extremamente forte para a categoria, na luta contra Sotiropoulos, surpreendeu por ter uma base incrível que o fez vencer a luta, após isso Siver venceu Matt Wiman, o que o colocou pela briga pelo cinturão, se vencesse Cerrone provavelmente estaria a 1 luta da disputa. O problema foi que perdeu, mostrou pontos fracos como a dificuldade de encurtar a distância (já que é baixo pra categoria) e a falta de repertório para se livrar de uma situação em que se é encurralado. Siver é um lutador que chama atenção pela força acima do normal pra categoria e por mostrar um jeito bonito de lutar, mas me lembra muito o brasileiro Toquinho, apesar de bom, nunca será um lutador credenciado a uma disputa de cinturão.

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O Crepúsculo dos Ídolos.

O UFC 137 foi um dos raros eventos em que os personagens principais foram os que saíram derrotados. Derrotados no combate é claro, que quanto a carreira, deixaram seus nomes eternamente marcados.

Mirko Crocop vs Roy Nelson

Crocop é um dos nomes com maior importância para o MMA ter o reconhecimento que tem hoje, eu mesmo antes de conhecer MMA só conhecia Crocop.

Mesmo com esse fato, dificilmente ele entraria num ranking dos 10 maiores lutadores de todos os tempos, Crocop não é um artista marcial completo, na verdade, sobre suas habilidades pouco se fala além do mortal chute de esquerda e da boa base para se manter em pé.

O fato é que a beleza de um nocaute causado por um chute é inegável, e a repetição com que isso aconteceu em lutas de Crocop, só aconteceu com ele.

Crocop fez vários combates históricos, o maior deles fora a luta mais aguardada da história que perdeu por pontos para o maior de todos os tempos Fedor Emilianenko. As duas grandes lutas que fizera contra Kevin Randleman, o nocaute contra o grande Mark Coleman, a derrota por finalização para Minotauro e a trilogia vitoriosa contra o finalista do GP do Pride Josh Barnett são momentos inesquecíveis para o esporte.

Com o fim do Pride Crocop recém vitorioso em um GP dos pesados, migrou para o UFC onde estreou com vitória. Em sua segunda luta enfrentou o promissor Gabriel Napão. O resultado com certeza está entre as 5 maiores zebras da história do MMA, Napão nocauteou fulminamente Crocop, a lá... Crocop mesmo, o chute fora tão forte e tão bem colocado que parece que realmente mexeu com Crocop, após isso, a lenda Croata nunca foi a mesma, sempre prometendo grandes combates e sem nunca mostrar todo aquele poder dos bons tempos do Pride.

Confesso que várias vezes acreditei em Crocop, acreditei em sua recuperação, mas para essa luta só o fanatismo diria o contrário. Crocop estava fadado a derrota. Crocop entrou visivelmente emocionado, Nelson visivelmente focado, impressionantemente Nelson emagreceu, mas ainda é sem sombra de dúvidas o atleta que menos parece um atleta fora os lutadores de sumô. Nelson é subestimado mesmo quando agüenta 3 rounds de pancada contra lutadores como Mir e Cigano. Na luta Crocop parecia com medo, não por menos, quando acertava mesmo com bons golpes Nelson parecia mal sentir, e quando Nelson atacava, Crocop não parecia absorver os golpes. No segundo round Crocop teve um leve lampejo do antigo Crocop quando acertou uma grande sequência de golpes no rosto de Nelson, é verdade que Nelson defendeu quase todos, mas alguns entraram e entraram bem, Nelson confirmou o que Mark Hunt já havia nos mostrado no PRIDE, o tal do gordinho é duro de derrubar, tanto isso aconteceu que Nelson ainda se recuperou durante o round, teve forças pra acertar alguns golpes, derrubar, e mostrar seu chão invejável. Fez passagem, travou os braços fazendo a posição mortal do crucifixo, mas por pouco não conseguira nocautear. Nesse momento era fato. Crocop não podia com o gordinho. Crocop estava psicologicamente e fisicamente abalado, em algum momento no segundo round parece ter sentido uma dor na perna, e a partir de então arrastou-se no octógono. No último round Nelson sentiu que era o momento, castigou Crocop do início ao fim, até chegar a quedá-lo de costas e enganchar as pernas, aplicou-lhe um castigo que rendeu o TKO. Crocop infelizmente não poderá se orgulhar de sua despedida. Seu adversário por sinal deve se orgulhar de ter sido o último a lutar com um legítimo campeão como não se fabrica mais, um guerreiro que resiste até o fim, que tenta até o último momento, que não tem medo, que compensa as falhas do seu jogo com coragem. Nelson ainda tem lenha para queimar, uma luta contra o vencedor de Kongo (no caso fora Kongo) e Mitrione seria o lógico, mas continuo aguardando Minotauro vs Nelson para decidirem quem agüenta mais pancada da categoria.

BJ Penn vs Nick Diaz

Já foram mostrados dois modos de se tornar uma lenda do MMA. Um modo é ser superior aos lutadores de sua categoria, evitar os melhores quando possível e com isso ter cartéis magníficos. Assim se manterá no topo dos rankings e será lembrado como os melhores de todos os tempos (Georges e Anderson). O outro modo é ser corajoso, sempre buscar os melhores independente de categoria, topar qualquer desafio, buscar extrapolar os próprios limites para ver aonde consegue chegar. Assim será lembrado como um guerreiro de verdade, um lutador no sentido real da palavra (Dan Henderson e BJ Penn).

BJ é um peso leve natural, mas não nega desafios, após ser campeão do UFC nos meio-médios, BJ assinou com a FEG onde após duas vitórias enfrentou na categoria livre o futuro campeão dos meio pesados Lyoto Machida, BJ pesando 82 e Lyoto 102 kg. E o mais impressionante é que BJ agüentou firme os 3 rounds. O cartel irregular contrasta com o nível dos lutadores que enfrentou. Perdeu duas vezes pra Georges St-Pierre o atleta mais completo do mundo, uma por decisão divida e uma por interrupção do corner de BJ. Mais recentemente perdera duas vezes por pontos para Frankie Edgar que tem se mostrado o novo concorrente ao cargo de maior peso leve de todos os tempos.

BJ é um bom wrestler, foi o primeiro não brasileiro campeão mundial de Jiu-Jitsu e tem boxe dentre os melhores da categoria, é a verdadeira mistura de talento e raça. BJ nunca apagou, e poucas vezes chegou a sangrar, é o famoso pele de jacaré.

Apesar de guerreiro, o maior defeito de BJ foi a falta de motivação, BJ faz algumas lutas fantásticas seguidas de lutas apáticas. Talvez o fato de apesar de tão jovem já ter conquistado tudo possível (ser campeão e defender o cinturão em duas categorias do UFC) seja um fator. O outro pode ser a não necessidade da profissão para a sobrevivência, já que herdeiro de uma fortuna de bilhões.

BJ já havia declarado depois da luta contra John Fitch que teve a sorte de não perder, porque se tivesse perdido teria aposentado. O ofereceram Nick Diaz então. Ele, guerreiro como todos sabem que é, não negou o desafio. Apesar de não estar em tão boa fase aceitou enfrentar uma pedreira como Diaz.

Diaz é o típico lutador Bad Boy, é usuário de maconha assumido e ainda dá dicas de como usar a droga sem ser pego no dopping. Tem praticamente as mesmas características de BJ, Boxe nível profissional, carrega uma faixa-preta de um dos professores mais exigentes, Cesar Gracie, e já mostrou que sabe usar bem a arte suave. Vindo de 10 vitórias consecutivas sendo nove por nocaute ou finalização, Nick se credenciou a disputar o cinturão, só não o fez nesse evento por faltar a coletivas de imprensa. Diaz re-estreando no UFC vindo de vitórias fantásticas... Se a idéia era desafiar BJ acertaram em cheio.

Na luta não ocorreu nada que já não havíamos visto antes, ambos mostrando o boxe afiado, queixo de aço e, no primeiro round, mostrando grande desenvoltura no chão, uma luta que lembrou os grandes momentos do Pride. Pura raça. Diaz se mostrou mais atleta e mais preparado, apesar de ter perdido o primeiro round, manteve a mesma estratégia de boxear da longa pra média distância. BJ por sua vez tentou várias vezes dominar o combate, mas acabou desmotivando-se durante o combate. Apesar de dominar o primeiro round, não conseguira finalizar a luta, no segundo round não conseguiu achar o adversário, acabou sucumbindo ao talento e motivação de Diaz, suas armas não se mostraram suficiente para derrubá-lo e BJ parecia que estava esperando que o gongo soasse. Ele soou, e para o terceiro round, nem mesmo os mais esperançosos esperavam tanto, uma trocação franca entre dois craques nisso, BJ resistiu bravamente e ainda conseguiu dar amostras do antigo talento que conhecemos, BJ pode não ter vencido, mas mostrou ser o mesmo guerreiro destemido de outrora. No final da luta, BJ anunciou sua aposentaria que pode ter surpreendido a várias pessoas, mas a mim não. BJ disse o que vários já tinham percebido, ele não é mais um lutador de alto nível para disputar o cinturão, e pra quem já o teve e não tem meios para tê-lo mais, qual a motivação para continuar a lutar? BJ aposenta como uma verdadeira lenda, guerreando, tentando, enfrentando os melhores.

BJ não foi só talentoso como um Fedor, brilhante como um Anderson Silva, guerreiro como um Minotauro, ele foi uma mistura de tudo isso e por isso ficará marcado para sempre na história do MMA (e provavelmente no hall da fama do UFC) como um representante dos bons tempos. Tempos em que a vontade de vencer os melhores era maior do que a de ganhar mais dinheiro.

sábado, 15 de outubro de 2011

Ao Infinito e Além: Nós morreremos, e isso é maravilhoso

Nós morreremos, e isso é maravilhoso

Maravilhoso porque fazemos parte do seleto grupo de pessoas que nasceram

E nesse momento não considero a mísera proporção de concorrentes espermatozóides

Nem mesmo a incontável sequência de fatos atípicos que tornaram nossa existência possível

O verdadeiro nascimento ocorre a cada morte intelectual retrógrada ocorrida seguida do mais esplendoroso e verdadeiro nascimento: o do saber

A cada passo dado ao alto morre uma vida e nasce outra mais forte, assim como a mitológica fênix

Se te estranha a expressão passo ao alto, tacanha és tua visão

Um passo dado à frente repetido inúmeras vezes, uma hora o levará ao mesmo lugar que partira. Com passos dados a frente nunca se sairá do chão

Um passo dado ao alto poderá ser repetido quantas vezes for que nunca o levará ao mesmo lugar

Isso nos diferencia!

Nós morreremos, e isso é simplesmente incrível

Pois temos a consciência de que todos que realmente viveram, deixarão às futuras gerações a oportunidade maior de nascer

Incrível porque essa capacidade de fazer nascer supera qualquer fator biológico, químico ou físico

É isso que nos torna ainda mais raros

Sendo assim, me sinto orgulhosamente obrigado a dizer a todos que nasceram e que eventualmente nascerão:

Nós morreremos, e isso é maravilhoso

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Pra quem lembrar, esse texto é meio antigo aqui, mas encaixa perfeitamente na série Ao Infinito e Além, portanto fora repostado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Meu Sorriso Favorito

*Música que eu fiz esses dias, só não sei se vai encaixar na Dona Dulce

Meu Sorriso Favorito

Eu sei é difícil admitir

Não é que seja para sempre, mas pra mim

Já é um grande avanço só chegar a pensar

Não sei se a culpada é você

Ou simplesmente se minha hora enfim chegou

Claro que não acredito em destino

Mas posso mudar!

Acho que é hora de mudar!

Pode ser algo que duvidava

Mas você me cativou

Eu vi a cena o tempo todo

E me omiti na solidão

Não sei se a culpada é você

Talvez eu me precipitei

Em acreditar ser diferente demais

Quem mandou o seu sorriso ser o meu favorito?

Quem mandou você sorrir assim sempre tão lindo?

Quem mandou o seu sorriso ser o meu favorito?

Quem mandou você sorrir assim sempre tão lindo?

O que te faz sorrir assim?
Quero ter o seu sorriso

Diga-me a fórmula que eu vou me esforçar

Para mantê-lo perto de mim

Quem mandou o seu sorriso ser o meu favorito?

O que te faz sorrir assim sempre tão bonito?

Quem mandou o seu sorriso ser o meu favorito?

Quais segredos guardam esse seu sorriso tão lindo?