quarta-feira, 5 de maio de 2010

Obrigado Comandante!

Tive em meu último sonho antes do despertar uma visita inesperada. Aparentemente eu estava com alguns amigos em um bar e tinha um homem que estava de pé conversando com pessoas ao redor de uma mesa, era praticamente um monólogo, ele muito falava e apenas às vezes parecia parar para escutar opiniões, mas quando escutava tinha completa atenção, ele era Arnaldo Jabor, enquanto falava ele gesticulava muito, se movia, até que chamou atenção de todos que estavam no local para si.

Eu em minha mesa comento se sabem quem é aquele homem e ninguém respondeu positivamente. Eu, fã de seu trabalho como sou, queria falar com ele, mas estava vestido com um short de dormir (o que eu vestia enquanto dormia realmente) e uma camisa regata enquanto ele estava bem vestido, de terno preto e gravata vermelha, além do mais ele estava conversando, iria ter que interromper sua conversa para falar o que? “Eu sou seu fã”! Seria ridículo, e se tratando de um gênio satirizador como Jabor essa frase poderia se tornar um banquete para piadas de sua parte.

Ao mesmo tempo em que ele não estava distante e parecia falar alto eu não conseguia escutar o que dizia, ele estava centrado no que falava para seus supostos amigos de mesa. Até que em certo momento ele se retira do local bem rápido sem se despedir dos companheiros, é cumprimentado por outras pessoas no local. Eu também me retirei do local para tentar falar com ele.

Ele estava com um livro em mãos e andava de um modo relaxado e tranqüilo ao mesmo tempo muito rápido. Para conseguir o seguir precisei de grande esforço, quando enfim o alcancei, ele sem parar seu caminhar rápido, me deu a mão com gentileza, olhou rapidamente pro meu rosto e disse um “- Ô meu rapaz!” Daqueles que os caboclos do sítio amigos do seu pai te dão quando te encontram na rua, minha mão parecia estar suada, pois escorregou durante o tempo que o cumprimentei, um tempo longo, assim como o cumprimento da famosa crônica do próprio Jabor intitulada “A Última Vez Que Vi Fidel”, falei um emocionado, mas controlado - Eu sou fã do seu trabalho. Ele novamente foi gentil sem precisar dizer uma palavra clichê (*-*) qualquer, apenas olhou novamente pra mim e balançou levemente a cabeça.

Já um pouco distante perguntei que livro era aquele que ele carregava, ele sem interromper sua caminhada me disse algo que não consegui entender e disse que eu deveria o ler. Eu disse que iria ler e seguimos nossos respectivos caminhos. Curiosamente, o local dessa despedida foi na frente do bar da Soraia (pra quem não conhece... fique sem conhecer) um bar na esquina da minha casa.

Eu não tenho memória de ter sonhado com outra celebridade na minha vida, fico lisonjeado que a primeira seja alguém como Jabor, isso pra mim significa que subconscientemente meus ídolos são pessoas que compartilham de seu conhecimento com outras pessoas, e que escrevo realmente por um ideal e não para pagar de pseudo-intelectual nerd.

Há quem diga que ele seja manipulador, mas só é manipulado quem não tem capacidade de ter uma opinião. Portanto, por mim e por todos os que temos capacidade de ter opinião, não sei se ainda em meu sonho ou enquanto acordava disse – Obrigado comandante! Lembrando como Jabor chamava Fidel em sua crônica, já que assim como esse é um ex-comunista que idolatrava Fidel, sou um projeto de escritor que idolatra Jabor.

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